Castle of Shalott

Era uma vez um pastor de shetland…

Apaixonados por animais, eu e minha esposa trilhamos caminhos paralelos no que diz respeito à eles. Desde pequenos tivemos cães, gatos, passarinhos, peixinhos… Quando nos casamos, tínhamos idéia fixa de colocar em prática esses hobbies. 

O primeiro passo foi a compra de um petshop. Aprendemos muito sobre rações, vacinas, banho e tosa, etc. A Sinara na prática do dia-a-dia à frente da loja e eu lendo tudo o que estivesse disponível em revistas e principalmente na web. Eu voltei a criar canários, mas isso exige muito tempo (muito mais do que vocês possam imaginar) e algumas decepções me fizeram parar (vou voltar quando estiver aposentado!). 

Nessas leituras nós encontramos uma raça até então muito rara no país e quanto mais líamos e conversávamos com criadores, mais nos apaixonávamos. Era perfeita: excelente com crianças (nem pensávamos ainda em ter nossa filha) e com outros animais (já sabíamos que não íamos ficar só nos cães), inteligente, obediente e reservado com estranhos (não queríamos cães muito dados). Depois de um bom tempo de procura conhecemos a excelente figura do Toninho (Antonio Costa Dalle Piagge) de quem adquirimos Lory, a nossa primeira pastor de shetland. 

A Princesa…

A Lory (Windhaven Loreena), nos mostrou na prática tudo o que havíamos lido e ouvido sobre o pastor de shetland. Sua lealdade para conosco (mas principalmente para com a Sinara) provou o que um sheltie é capaz para agradar o seu dono. Sua inteligência nos fazia pensar muitas vezes que ela estava “raciocinando”. Teve uma carreira relâmpago no agility, começando a competir com apenas 8 meses e chegando ao grau II com menos de dois anos (nunca mais faremos isso com outro cão nosso!). 

Nos deu duas lindas ninhadas (cheia de machos!) com o eterno namorado Dino (Carmylie Hands Across the Sea) e uma última num inbreeding do qual ficamos com o Bjorn, hoje morando com nossos amigos do Kuvaszok Kennel. 

O nome Loreena, foi dedicado à cantora canadense de new age Loreena McKnitt (www.quinlanroad.com). O apelido de “Principesa” foi colocado pelo meu pai por causa da sua beleza indiferença para com estranhos. Com esse nome carinhoso, ele se referia à ela como estando acima dos outros cães e abaixo apenas de nós (talvez eu estivesse no mesmo nível e não tenha percebido). 

Sair com ela na rua era sempre um orgulho. Sua pelagem marta com tom de mogno e enorme colar branco fazia com que muitos parassem para ver o nosso “filhote de collie”. Além disso, sempre tinha “showzinho”, quando mostrávamos alguns dos seus truques. Mesmo com a chegada de outros shelties foi sempre a líder da matilha. Infelizmente, sua liderança foi desafiada por um cão maior. Esse episódio nunca sairá de nossas mentes. Aprendemos da pior maneira que algumas coisas não se misturam. Perder a Lory foi como perder um grande amigo. Nenhum outro sheltie nunca ocupará o lugar que ela deixou e a nossa promessa à ela é que nos dedicaremos à criação e divulgação da raça, proporcionando à outros o prazer que é ter um Pastor de Shetland.